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Brasil intensifica fontes de energia limpa além das hidrelétricas: Maguire

Os produtores de eletricidade do Brasil reduziram a dependência do país em seu colossal sistema de barragens hidrelétricas, aumentando significativamente a produção de parques solares e eólicos desde 2018, mostram dados do think tank de energia Ember.

A parcela da eletricidade gerada por fontes hidráulicas caiu de 74% em 2018 para 67% em 2023, enquanto os locais solares e eólicos aumentaram sua participação combinada na geração de eletricidade do Brasil de 9% para 22% no mesmo período.

As empresas de energia também reduziram drasticamente o uso de usinas termelétricas a carvão e a gás natural para geração de eletricidade desde 2018, levando a participação de combustíveis fósseis na matriz de geração de eletricidade do Brasil a um recorde de baixa de 7,6% no ano passado.

Com a produção tanto de hidrelétricas quanto de instalações renováveis atingindo novos recordes em 2023, os produtores de energia do Brasil também conseguiram expandir a geração total de eletricidade limpa no ano passado – consolidando o status do país como líder global em energia limpa.

BASE HIDRÁULICA
Apesar do declínio constante na participação geral de energia, as barragens hidrelétricas permanecem como o pilar do sistema elétrico do Brasil.

Nos dois primeiros meses de 2024, as barragens hidrelétricas representaram cerca de 71% da produção total de eletricidade.

Essa participação caiu de 74% no início de 2023, mas a hidroelétrica é claramente o principal motor do setor de energia do país.

No entanto, os produtores de energia expandiram agressivamente a pegada de outras fontes de geração limpa, com a capacidade de geração combinada de parques solares e eólicos expandindo 180% de 2018 a 2022.

Essa expansão das renováveis, comparada com o crescimento de 5,1% na capacidade hidráulica no mesmo período, revelou um claro impulso das empresas de energia brasileiras para diversificar a base de fontes de energia do país.

As concessionárias também expandiram a capacidade de geração de usinas a carvão e a gás natural de 2018 a 2022 (em 12,4% e 36,5%, respectivamente).

Mas, com a capacidade total de geração de combustíveis fósseis abaixo de 15% do total, está claro que as empresas de energia brasileiras permanecem predominantemente focadas em usar fontes limpas de energia para fornecer a maior parte da eletricidade do país.

CAMINHO DO CRESCIMENTO
As concessionárias brasileiras têm planos para a expansão adicional de fontes de geração limpa, com 10,8 gigawatts (GW) de capacidade solar, 4,9 GW de capacidade eólica, 1,15 GW de capacidade de biomassa e 1,5 GW de capacidade hidráulica previstos para adição em 2024, de acordo com o regulador de energia do Brasil, Aneel.

Alguns desses planos de projeto encontraram atrasos até agora este ano devido a uma mistura de questões de construção, jurídicas e de licenciamento, bem como disputas sobre acordos de compra de energia, relatou a Aneel.

Mas, dado o forte apoio do governo central para novas expansões em energia limpa, e o investimento pesado de empresas privadas e públicas na aceleração da construção das redes elétricas do Brasil, é provável que o crescimento total na produção de energia limpa brasileira continue em 2024 e além.

E, com o crescimento da capacidade renovável previsto para superar acentuadamente o de todas as outras formas de geração de eletricidade, o sistema de energia do país parece destinado a se tornar tanto mais limpo quanto mais resiliente à medida que essa capacidade entra em operação – garantindo que o Brasil permaneça um destaque como potência em energia limpa.